Os Estados Unidos estão pressionando os países da América Latina e do Caribe para que clareiem sua posição em relação ao Irã antes da 55ª Assembleia-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), que começa nesta terça-feira em Antígua e Barbuda .
Em coletiva na segunda-feira (23), uma funcionária do Departamento de Estado ressaltou que “cada país tem que tomar uma decisão” sobre apoiar um regime que “é patrocinador estatal do terrorismo”, à luz dos recentes bombardeios de instalações nucleares iranianas por parte dos EUA, em apoio a Israel .
A declaração ocorre em meio a um cenário diplomático dividido: Venezuela, Cuba e Nicarágua expressaram solidariedade ao Irã, enquanto Argentina, alinhada com Washington, manifestou apoio aos EUA . Outros países, como Brasil, Bolívia e membros da ALBA, condenaram os ataques, ao passo que Uruguai e México pediram cautela e citaram argumentos pacifistas .
A OEA, liderada pelo secretário-geral Albert Ramdin, busca agora posicionar-se oficialmente sobre o embate no Oriente Médio. Para os EUA, é imperativo que a aliança americana mantenha uma postura coesa e uniforme, reforçando a relevância da organização como foro democrático regional .
Analistas observam que a pressão americana reflete a estratégia geopolítica tradicional: sob a liderança dos EUA, a OEA historicamente foi usada para consolidar consensos hemisféricos, especialmente em crises internacionais . O momento se torna, portanto, um teste para os países latino-americanos — escolherão o alinhamento com os EUA ou adotarão uma postura autônoma e diversificada?