As autoridades meteorológicas da Flórida emitiram um aviso sobre o furacão Rafael, destacando a possibilidade de condições perigosas de mar e fortes correntes nas próximas horas.
Atualmente classificado como um furacão de categoria 2, Rafael avança pelo Golfo do México em direção ao Texas, e sua passagem já está gerando ondas intensas na costa da Flórida.
De acordo com o Centro Nacional de Furacões (NHC), o furacão Rafael mantém-se “como um sistema poderoso e compacto” no centro do Golfo. O NHC alerta que as ondulações causadas pelo furacão vão provocar condições arriscadas para banhistas e navegantes na costa leste do Golfo, e também ventos fortes e tempestades isoladas que se espalham até Key West, impulsionadas por rajadas de vento do sudoeste.
A trajetória de Rafael ainda apresenta incertezas, mas há indicações de que ele poderá evitar um impacto direto nos Estados Unidos. Segundo os últimos modelos de previsão, o furacão deverá se aproximar da costa do Texas no domingo antes de mudar bruscamente em direção ao sul, potencialmente seguindo para o México, no estado de Tabasco. Embora a previsão atual mostre esse possível deslocamento, o NHC alertou que há “um alto nível de incerteza” quanto ao rumo final do furacão.
Na quarta-feira, Rafael passou por Cuba como furacão de categoria 3, com ventos de até 169 km/h, interrompendo o fornecimento de energia elétrica em várias áreas. Desde então, ele perdeu intensidade, e o NHC prevê um enfraquecimento gradual a partir desta sexta-feira à noite, com a tendência de enfraquecimento se mantendo até o fim de semana.
Essa semana foi marcada por alterações frequentes no curso do furacão. Na terça-feira, previsões iniciais – chamadas “modelos espaguete” por mostrarem várias trajetórias entrelaçadas – sugeriam que Rafael poderia alcançar os estados de Alabama, Mississippi e Louisiana até sábado. Porém, na quarta-feira, o NHC emitiu um alerta de tempestade tropical para as Florida Keys, recomendando que os moradores reforçassem a segurança de objetos ao ar livre devido ao risco de enchentes e fortes ventos.
Meteorologistas da AccuWeather estimaram na quinta-feira que a probabilidade de Rafael tocar o solo nos Estados Unidos é “extremamente baixa”. As projeções mais recentes, divulgadas na sexta-feira, indicam que a tempestade provavelmente permanecerá no centro do Golfo do México, afastando-se da costa americana. Entretanto, o NHC orientou que comunidades no sul e sudoeste do Golfo monitorem os próximos passos do furacão, dada a variabilidade de sua trajetória.
As ondulações geradas por Rafael devem atingir grande parte do Golfo, produzindo condições de mar perigoso que representam riscos consideráveis para a navegação e atividades aquáticas.
Esta temporada de furacões no Atlântico, que está quase no fim, contou com Rafael como a 17ª tempestade nomeada de 2024. Novembro raramente apresenta condições favoráveis para furacões, e desde 1851, apenas quatro atingiram os EUA nesse mês. O último a alcançar território americano em novembro foi o furacão Nicole, que chegou à Flórida em 2022. Rafael, contudo, tornou-se o furacão mais intenso a atravessar o noroeste do Caribe em novembro desde 2009.
Neste ano, o Atlântico foi cenário de nove tempestades que se intensificaram rapidamente, em grande parte devido às temperaturas oceânicas elevadas. Em maio, a NOAA havia estimado até 25 tempestades nomeadas, das quais até 13 poderiam evoluir para furacões. Agora, ao se aproximar do fim da temporada, o NHC afirmou que ainda há possibilidade de mais três tempestades se formarem no Atlântico, e Rafael foi a primeira delas. De acordo com o especialista Alex DaSilva, da AccuWeather, há até uma chance de uma tempestade tropical em dezembro devido às temperaturas recordes no oceano, um evento raro, mas possível.