Enquanto o sudeste dos Estados Unidos se recupera dos devastadores impactos dos furacões Helene e Milton, uma onda de desinformação sobre tecnologia de manipulação climática tomou conta das redes sociais, levando a NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica) a esclarecer e desmentir esses boatos.
Os rumores variam desde a ideia de que o governo dos EUA seria capaz de criar e direcionar furacões até alegações de projetos de manipulação climática, como semeadura de nuvens e geoengenharia solar, amplamente circulados online. No entanto, a NOAA afirma firmemente que não existe tecnologia capaz de controlar ou alterar furacões.
“Todos os furacões, incluindo Helene e Milton, são fenômenos naturais”, enfatizou a NOAA em sua resposta, acrescentando que essas tempestades se formam com base em condições atmosféricas e oceânicas específicas. Os recentes furacões foram impulsionados por temperaturas recordes do mar no Golfo do México, permitindo uma intensificação rápida — fatores completamente fora do controle humano.
Além disso, postagens nas redes sociais apontaram programas governamentais como o HAARP (Programa de Pesquisa Auroral Ativa de Alta Frequência) e o SCOPEX como evidências de manipulação climática. A NOAA esclarece que nenhum desses projetos possui capacidade de modificar o clima. O HAARP, localizado no Alasca, é uma instalação de pesquisa que estuda a ionosfera, distante da superfície da Terra e sem relação com sistemas meteorológicos como furacões. O SCOPEX, um projeto teórico sobre geoengenharia solar, foi concluído este ano sem realizar experimentos.
Outra teoria circulando online afirma que os radares Doppler NEXRAD da NOAA estão sendo usados para direcionar furacões a comunidades específicas. A NOAA desmentiu essa teoria, afirmando que a tecnologia de radar é estritamente observacional. Esses radares detectam precipitação e ajudam os meteorologistas a avaliar o movimento das tempestades, mas não possuem capacidade para alterar ou influenciar seu curso.
Um conceito equivocado que alimenta esses rumores é a ideia de que o governo dos EUA usa a semeadura de nuvens para intensificar ou direcionar furacões. A NOAA explica que a semeadura de nuvens é uma técnica de modificação climática usada em algumas partes dos EUA para aumentar a neve em regiões montanhosas ou aumentar a chuva em áreas secas. No entanto, essa prática não é usada para influenciar a formação ou a intensidade de furacões e é conduzida por entidades privadas, não pela NOAA.
A NOAA não participa de nenhuma atividade de modificação climática desde o encerramento do Projeto STORMFURY, um esforço de pesquisa de décadas para modificar a intensidade dos furacões, que se mostrou ineficaz.
Diante da disseminação de desinformação, a NOAA mantém o compromisso de garantir que o público tenha acesso a informações precisas e baseadas na ciência. Enquanto a organização continua a avançar em sua tecnologia, como o radar de polarização dupla que fornece previsões climáticas mais precisas, ela reforça que os furacões são fenômenos naturais, e nenhuma tecnologia atual pode controlar sua formação ou direção.
Por enquanto, o foco da NOAA permanece no monitoramento e previsão de eventos climáticos extremos, fornecendo ao público previsões e alertas confiáveis antes de tempestades perigosas. A agência incentiva o público a buscar fontes confiáveis de informação e a evitar a disseminação de alegações não verificadas.
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