Nos últimos anos, temos acompanhado uma nova onda no feminismo: o movimento 4B, que surgiu na Coreia do Sul e se expandiu para outros países, incluindo os Estados Unidos.
Esse movimento se diferencia por posicionar-se contra pilares tradicionais da vida feminina, como casamento, maternidade e relacionamentos heterossexuais.
Mas o que realmente leva essas mulheres a abraçarem essa postura tão radical? E será que essas escolhas refletem ou desafiam os reais anseios femininos?
O movimento 4B surgiu na Coreia do Sul como resposta a pressões sociais e culturais que muitas mulheres sentiam como obrigações impostas. Em uma sociedade onde a mulher é muitas vezes ensinada, desde a infância, a cuidar e a nutrir — brincando com bonecas, aprendendo a ser mãe e esposa — o 4B surge como um grito de liberdade contra o que elas consideram um papel opressor e patriarcal. Esse movimento se baseia em quatro princípios: não se casar, não ter filhos, não manter relações sexuais com homens e não namorar.
Essas mulheres desafiam abertamente os moldes patriarcais e buscam uma vida focada em si mesmas, sem os compromissos familiares que sentem ser tradicionalmente impostos. Entretanto, é interessante notar que essas escolhas também podem trazer consequências pessoais a longo prazo. Para muitas mulheres que adotaram o movimento na juventude, o tempo pode revelar outros desejos, como a vontade de formar uma família, que talvez não tivessem considerado plenamente no fervor do ativismo.
Nos Estados Unidos, o movimento 4B ganhou força recentemente, especialmente entre mulheres que rejeitam os posicionamentos conservadores do ex-presidente Donald Trump. Após a vitória de Trump, que defende uma visão tradicional dos papéis de gênero e rejeita políticas de gênero neutro, o movimento encontrou respaldo entre mulheres que buscam marcar posição contra o que consideram retrocessos para o feminismo. Essas mulheres não querem apenas desafiar a ordem patriarcal, mas também explorar uma nova forma de expressão e liberdade que desafia o papel de gênero.
Para muitas feministas, o movimento 4B oferece uma plataforma para discutir questões importantes, como a falta de igualdade salarial e de respeito ao corpo feminino. No entanto, esse caminho radical também gera questionamentos: seria o 4B uma forma de empoderamento ou um movimento que corre o risco de deixar as mulheres ainda mais distantes de seus desejos naturais e essenciais?
Essa é uma questão que, sem dúvida, divide opiniões. A voz feminina, seja qual for a escolha, deve sempre encontrar espaço e respeito. Resta saber se o 4B conseguirá manter-se relevante, promovendo um debate genuíno sobre liberdade e realização, ou se deixará algumas mulheres arrependidas de escolhas feitas em nome de uma ideologia.
Links externos para referência:
1. Entenda o Movimento Feminista 4B