Lucas relata em Lucas 17:11-19 a história de dez leprosos que, de longe, avistaram Jesus. Eles não podiam se aproximar devido à sua condição, mas clamaram por misericórdia, e Jesus os curou. Essa cura foi mais do que física; ela também os reintegrou à sociedade, resolvendo o sofrimento causado pela discriminação que acompanhava a doença.
No entanto, o mais interessante é o que acontece após a cura. Apesar de terem recebido uma transformação tão significativa, apenas um voltou para adorar e agradecer a Jesus. Esse único homem reconheceu que Jesus era o remédio não só para o corpo, mas também para a alma. Ele sabia que poderia precisar novamente do Salvador.
Jesus então perguntou:
“Não foram purificados todos os dez? Onde estão os outros nove?” (Lucas 17:17).
Lucas não relata onde eles foram, mas podemos imaginar. Talvez alguns tenham voltado para suas famílias, outros para seus trabalhos, e quem sabe alguns para festas e prazeres. O fato é que não quiseram mais saber de Jesus, nem agradecer.
Gratidão e Reconhecimento
Agradecer é reconhecer que algo ou alguém mudou a nossa história. Infelizmente, muitas pessoas descartam o remédio sem perceber que podem precisar dele novamente. Isso reflete bem a atitude dos nove que não voltaram.
É interessante observar que, mesmo nos dias atuais, a lepra (ou hanseníase) pode ter reinfecção. Essa realidade nos lembra que o cuidado deve ser contínuo. Quando garoto, visitei um leprosário e vi de perto o sofrimento de pessoas que perderam familiares e enfrentaram não apenas a doença, mas também a discriminação.
Da mesma forma, muitos tratam Jesus como um remédio temporário, recorrendo a Ele apenas em momentos de crise. Esquecem que precisamos d’Ele sempre, continuamente e eternamente.
Jesus não é um remédio descartável. Ele é o remédio necessário e eterno para nossas vidas. A história dos dez leprosos nos desafia a sermos gratos, a reconhecermos quem nos transforma e nos sustenta.
Que este texto nos leve a refletir sobre a importância de voltar para Jesus, não apenas para buscar bênçãos, mas para agradecer e reconhecer que dependemos d’Ele em todos os momentos. Não sejamos como os nove, mas como aquele que voltou, adorou e glorificou a Deus.