Você já parou para refletir sobre certas situações, sentimentos ou momentos na caminhada da sua vida que surgiram sem que você os tenha provocado? Por que, então, esses sentimentos vêm à tona? Qual a nossa parcela de responsabilidade nisso?
Uma passagem bíblica que toca profundamente o meu coração e me faz refletir é: “Do que se culpa o homem, senão dos seus próprios pecados?” Isso me leva a pensar em como, muitas vezes, carregamos pensamentos e comportamentos que foram absorvidos ao longo do tempo, no ambiente em que crescemos e fomos educados. Muitos desses padrões foram transmitidos de forma inconsciente, e nós, sem perceber, os assimilamos e reproduzimos em nossa vida.
No entanto, ao longo da caminhada, esses pensamentos e atitudes podem nos prejudicar, nos prender, nos amarrar a um passado que não escolhemos. Reconhecer isso é essencial. Precisamos tomar consciência dessas situações desagradáveis para mudá-las e permitir que o novo de Deus floresça em nossa vida.
A Bíblia afirma que em Cristo somos livres. Eu sei, espiritualmente, que sou livre em Jesus. Tenho consciência de que aquilo que pertenceu aos meus antepassados — bisavós, avós e até meus pais —, as escolhas inconscientes deles, não me pertencem. Eu não escolhi isso.
Esse entendimento é libertador e, ao mesmo tempo, desafiador. É libertador perceber que determinados comportamentos e padrões não fazem parte da minha essência e que eu posso decidir não carregá-los. Mas é desafiador porque, emocionalmente, o processo de desapego gera dor e desconforto.
Há uma dualidade nesse processo. Por um lado, é reconfortante saber que posso me desligar do que não escolhi. Por outro, é desconfortante lidar com as emoções que resistem à mudança. O cérebro, as emoções e o coração, muitas vezes, insistem em manter aquilo que aprenderam a ver como normal. Isso acontece porque, ao longo da vida — seja no ventre, na infância, na adolescência ou na juventude —, fomos moldados por essas experiências e crenças.
Contudo, as minhas emoções não podem dominar a minha vida. Essa é uma batalha constante. O apóstolo Paulo expressou isso de maneira tão clara: “O bem que quero fazer, não faço, mas o mal que não quero, esse eu faço.” Isso me faz olhar para Cristo como meu socorro constante. Nele está minha libertação.
Todos os dias, preciso trazer à memória aquilo que me dá esperança, como a Palavra de Deus nos ensina. É reconfortante olhar para o passado e reconhecer que comportamentos repetidos por gerações — muitas vezes inconscientemente — não me pertencem. E, em Cristo, eu posso escolher não carregá-los mais.
Hoje, em Cristo, sei que sou livre. Escolho viver o que Deus, por meio de Jesus, me oferece. Escolho romper com padrões que me prendem e abraçar o novo de Deus para a minha vida. E para isso, preciso me alimentar diariamente dessa verdade, da Palavra que renova minhas forças, sustenta minha esperança e me conduz a passos firmes rumo à vida abundante que Deus tem para mim.
Que possamos nos lembrar disso todos os dias: somos livres em Cristo. E é Ele quem nos capacita a viver a transformação que tanto precisamos.
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