Autoridades relataram que soldados norte-coreanos enviados para ajudar a Rússia na guerra contra a Ucrânia estão morrendo em grande número, e alguns optam pelo suicídio em vez de se renderem.
Na última semana, mais de 1.000 soldados norte-coreanos foram mortos na região de Kursk — quase 10% das forças enviadas à Rússia. Os generais ordenaram ataques em “ondas humanas”, basicamente enviando-os para a morte certa.
“Está claro que os líderes militares russos e norte-coreanos estão tratando essas tropas como descartáveis, ordenando ataques sem esperança contra as defesas ucranianas”, afirmou o porta-voz de segurança nacional dos EUA, John Kirby, na sexta-feira.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, divulgou fotos que parecem mostrar tropas norte-coreanas se escondendo atrás de árvores na fronteira russa da região de Kursk.
“Espero que estejam preparando muitos sacos para cadáveres, porque vão precisar deles”, acrescentou Kirby.
De acordo com o serviço de inteligência militar da Ucrânia, as tropas norte-coreanas, que lutam principalmente a pé, sofrem com severa doutrinação e continuam os ataques mesmo quando é evidente que são inúteis. Além disso, enfrentam escassez de água e suprimentos.
Zelensky revelou dados preliminares indicando que mais de 3.000 soldados norte-coreanos foram mortos ou feridos na região. Segundo ele, tanto os militares russos quanto os líderes norte-coreanos mostram completo desinteresse pela sobrevivência desses soldados.
“Tudo é organizado de maneira que torna impossível capturá-los como prisioneiros – os próprios soldados norte-coreanos são executados por seus comandantes, e os russos os enviam para ataques com proteção mínima”, disse Zelensky.
Ele ainda destacou que algumas tropas norte-coreanas capturadas estavam gravemente feridas e não puderam ser salvas. Zelensky apelou para os países vizinhos da Coreia do Norte, especialmente a China, pedindo que intervenham para evitar mais mortes. “Se a China é sincera ao afirmar que a guerra não deve escalar, precisa exercer pressão adequada sobre Pyongyang”, afirmou.
Forças ucranianas iniciaram uma incursão na região de Kursk em agosto, enquanto a Rússia continua sua ofensiva lenta na Ucrânia.