O ex‑presidente Jair Bolsonaro voltou ao coração financeiro de São Paulo neste domingo para acenar apoio à sua defesa perante o Supremo Tribunal Federal (STF) e cobrar a aprovação da anistia para os condenados nos atos de 8 de janeiro. Organizado pelo pastor Silas Malafaia com lideranças do PL, o ato tinha o lema “Justiça Já/Justiça e Liberdade”, e contou com dois trios elétricos usados como palco para discursos figurados pela direita.
Segundo levantamento do Monitor do Debate Político (Cebrap/USP) em parceria com a ONG More in Common, 12.400 pessoas estiveram presentes no pico às 15h40, uma fração dos 44.900 que atenderam ao chamado em 6 de abril no mesmo local. 
Em redes sociais, a hashtag “flopou” virou trending topic, com críticos — inclusive parlamentares do PT — chamando o evento de “fracasso” e “vexame histórico” . O senador Humberto Costa compartilhou imagens aéreas, ironizando o tamanho reduzido do público. 
Militantes do PL, parlamentares e líderes como Silas Malafaia usaram os trios para reiterar acusações de “perseguição política” por parte do STF e defender a anistia de apoiadores presos pós-8 de janeiro. 
Deputados aliados — Sanderson (PL-SP), Coronel Tadeu e Rodrigo Valadares — exaltaram o clima pacífico e frisaram críticas ao que chamaram de censura e autoritarismo do Judiciário. 
O ato teve fechamento parcial da via, com estrutura de som para cerca de 200 pessoas por trio elétrico, porém não ocupou toda a via expressa, o que reforçou a impressão de baixa presença. 
Aliados de Bolsonaro justificaram a diferença de público alegando coincidência com finais de campeonatos e fim de mês, mas ainda assim reconheceram que o ato serviu de termômetro do apoio popular atual. 
Enquanto a oposição celebrou o evento como expressão de democracia e liberdade, avaliando que Bolsonaro segue mobilizando parcela significativa da população, petistas usaram o baixo índice de adesão para reforçar a ideia de que seu “ciclo político está em declínio” — e que as chances de aprovar a anistia diminuíram.
O ato deste domingo foi organizado para mostrar força e resposta às investigações em curso contra Bolsonaro. Entretanto, a menor presença pública em comparação a abril — estimada em cerca de 12,4 mil pessoas — gerou rápida percepção de fracasso. Em meio a narrativas opostas, o evento destaca a polarização política, com aliados apostando na mobilização como instrumento legítimo de expressão e críticos interpretando-o como sinal de desgaste no bolsonarismo.
