Nesta terça-feira (10), o Supremo Tribunal Federal (STF) viveu um momento histórico e tenso durante o interrogatório de Jair Messias Bolsonaro. Conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, o processo apura se o ex-presidente articulou um golpe de Estado após perder a eleição de 2022. Bolsonaro, réu na ação penal que envolve sete outros acusados do chamado “núcleo crucial”, negou veementemente as acusações — mas admitiu ter buscado “alternativas” dentro da lei para permanecer no poder.
O quadro dos fatos
• Interrogatório histórico: Bolsonaro foi o sexto réu ouvido no processo, que se arrasta desde que a Procuradoria-Geral da República denunciou o grupo por tentativa de golpe, associação criminosa e abolição violenta do Estado democrático de direito .
• Negação e desculpas: O ex-mandatário afirmou que as acusações “não procedem” e classificou qualquer plano golpista como “abominável”. Pediu desculpas ao ministro Moraes — além de Fachin e Barroso — por ter os acusado de receber propina para fraudar eleições .
• Brasil virou palco de mitin: Mesmo sob interrogatório, Bolsonaro lançou seu discurso político, defendendo o voto impresso, criticando ministros do STF e declarando que “jogou dentro das quatro linhas” da Constituição .
• Discussões sobre ações pós-eleitorais: Reconheceu ter conversado com militares sobre possibilidades legais — até cogitou uso das Forças Armadas ou restrição de liberdades —, mas afirmou que não havia “clima” nem “base sólida” para um golpe .
• Elementos graves na investigação: A PGR acusa Bolsonaro e comparsas de planejarem não apenas golpe, como também assassinatos de Lula, de ministros do STF e de supostos decretos para anular resultados eleitorais .
O papel de Alexandre de Moraes
• Moraes negou pedidos da defesa para adiar o interrogatório ou interromper a transmissão ao vivo, reforçando que a defesa havia tido acesso a todas as provas .
• Ele confrontou Bolsonaro sobre a ausência de fundamentos para suas acusações contra o sistema de votação eletrônico e os ministros do STF . O que vem por aí
• Além dos interrogatórios de Bolsonaro e outros sete réus, o STF aguarda a fase final, com julgamento e sentença esperados para o segundo semestre de 2025 — antes das eleições de 2026 .
• Bolsonaro segue politicamente inabilitado até 2030, mas mantém apelo entre setores da direita — e já fala sobre concorrer como vice em 2026 .
Conclusão
O embate entre Alexandre de Moraes e Jair Bolsonaro reflete um dos capítulos mais decisivos da jovem democracia brasileira. Acusado de planejar um golpe, o ex-presidente tenta se defender como vítima de perseguição política enquanto nega os planos golpistas. O País acompanha com atenção cada palavra no interrogatório — e o desfecho ainda pode abalar profundamente o cenário político de 2026.
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