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Quando aprendemos a nos amar, nos curamos da dependência emocional

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Outro dia eu estava no UBER e na rádio que o motorista estava ouvindo, era um programa dito romântico.

Passei a prestar atenção nas letras das músicas e fiquei incomodada com elas. Por que isso? Elas diziam, basicamente, que a pessoa aceitava ter encontros com o seu ex, ainda que ele não tivesse sido legal com ela e o término não tivesse sido bom. Mas ela aceitava que vez ou outra, ele ficasse com ela, porque afinal, ela era a ex que ele não conseguia superar.

Confesso, senti compaixão pela pessoa que compôs, porque sei que algumas pessoas, quer sejam homens ou mulheres, podem pensar como ela. Fiquei me perguntando como ela não percebia que aquilo eram migalhas de afeto? Que está sendo usada? Que ele não voltou e muito menos, mudou! Se tivesse mudado não a queria para algo casual. Como ela se sentia orgulhosa por considerar vantajoso ser alguém que ele entende como disponível quando nenhuma outra o quer, e ela chamando isso de que ele não a superou?! Não sou psicóloga, mas fiz muita terapia e aprendi a reconhecer a tal da dependência emocional, porque um dia, infelizmente, também fui uma dependente emocional. Na canção, ela continua dizendo que não consegue viver sem ele. Pronto, isso comprova de vez o meu ponto: dependência emocional.

A dependência emocional tem como característica o pensar que não se pode viver sem o objeto de sua afeição, uma busca interminável por validação e a necessidade extrema de estar com o outro. Pensar em perder a pessoa chega a ser sufocante e desesperador, o que acaba fazendo com que a pessoa se torne controladora, ciumenta e “pegajosa”, do tipo aonde o outro for a pessoa vai estar lá. Tudo isso por medo de ser rejeitado, abandonado. O dependente emocional, por não ter uma boa relação consigo mesmo, desenvolve um apego excessivo em relação ao outro e acredita que precisa dela para ser feliz.

Infelizmente, esse tipo de doença deixa as pessoas vulneráveis a relacionamentos tóxicos e infelizes uma vez que a pessoa para de olhar para si mesma e suas necessidades e passa a fazer tudo para agradar o outro, se tornada cada vez mais dependente dele/dela. Geralmente, um dependente emocional se relaciona com um codependente, que é alguém que precisa dessa pessoa para justificar seu comportamento disfuncional, enquanto ele vai minando o outro e o tornando diminuído, afastado de seus familiares e assim o ciclo nunca acaba. A menos que o dependente emocional busque ajuda com um psicólogo e faça terapia e trabalhe o fato de que precisa se amar e se cuidar primeiro. Assim, a pessoa passa a perceber suas necessidades, satisfazê-las ou não, mas tudo passa a estar consciente e com ela/ele toma as decisões porque assim o quer, e não mais para agradar ao outro. Além de se descobrir e se aceitar, moldando e mudando o que é preciso.

Acredito que quando Jesus diz sobre o segundo grande mandamento: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mateus 22,39b), Ele estava nos jogando luz para o que iríamos enfrentar nos dias atuais: A falta de amor. E, o pior de todos, é não saber se amar. Digo isso por mim mesma. Fui dependente emocional por anos e só quando passei a me ver, a me cuidar, a me colocar como prioridade, foi que “as escamas caíram dos meus olhos” e passei a enxergar o que estava bem diante de mim: falta de companheirismo, amizade, fidelidade, cuidados, prioridade. E foi libertador saber que eu não era tudo aquilo de ruim que falavam, apenas estava no lugar errado, aceitando migalhas e com pessoas que não me amavam.

Ao descobrir o amor real, aceitar o amor de Deus e curar as feridas, hoje, umas das dores da dependência, que é o você pensar que precisa estar com alguém para ser feliz, sei andar sozinha e amo a minha solitude, há paz e conexão com amigos e pessoas queridas, apoio da família e felicidade. Deus em tudo nos direciona, basta nos deixar ensinar pelo seu Espírito Santo.

Deus abençoe cada um de nós.

Ame-se. Priorize-se. Cure-se.

Em Cristo somos mais que vencedores

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