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A urgência de viver: Reflexões sobre um sonho que trouxe angústia e propósito

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A urgência de viver

Ontem tive um sonho. Acordei com uma sensação ruim e ainda sinto o peso da angústia em mim. Sonhei que minha mãe tinha partido. Num domingo, sem aviso. Sem dores e doenças anteriores. No sonho, eu lembrava que havia conversado com ela, por mensagem de WhatsApp no sábado de manhã. Mas na sexta, eu a tinha visto.

Eu ficava em choque e muitas perguntas passavam pela minha cabeça: “Ela estava boazinha quando falei com ela ontem, como assim, hoje, faleceu? Faleceu de quê? O que que houve? E será que ela foi mesmo para o céu? Minha mãe estava em comunhão com Deus?”Porque a maior preocupação de um crente sobre a morte de um ente querido é se ele estava em comunhão com Deus e, assim, tenha ido para o céu. E eu mal tinha saído do lugar e essas e outras perguntas vinham à minha mente.

Por um lado, estava conformada, mas por outro, eu não entendia como ela tinha falecido sem apresentar doença alguma. Ou eu não tinha notado?Eu conseguia aparecer na casa de minha avó (que já é falecida, mas no sonho eu nem me lembrava desse detalhe), e ela estava atarefada conversando com minha irmã sobre o ocorrido. Eu não conseguia falar nada, porque ainda estava sem acreditar que minha mãe tinha morrido e eu não tinha ido passar mais tempo com ela, que eu não tinha conversado com ela mais vezes…. sabe, aquela sensação de “eu poderia ter estado mais presente mais vezes”, “será que ela sabia que eu a amava?”

Mas o que mais me incomodava é que parecia que ninguém mais se importava. Aquela sensação de angústia e de estar sozinha naquelas emoções, onde a brevidade da vida e suas surpresas desagradáveis ocorrem sem aviso, me deixaram com um gosto amargo. Ainda estava surpresa, a vida da minha família com seus problemas, prosseguia. Eu era a única realmente afetada com a morte de minha mãe.

Essa sensação de urgência, de que algo importante me foi tomado e eu nem tinha sido consultada a respeito, me irritava. Eu sentia que a raiva estava chegando, a indignação comigo mesma por não ter percebido nada de errado com minha mãe antes daquele momento. E o fato de que eu não tinha chegado nem para o enterro! Tudo já tinha ocorrido. Velório, enterro, e eu fora a última a saber.

Eu não tive tempo de dizer a ela que a amava, embora sei que ela sabia disso. Sempre termino minhas ligações com um “Te Amo, mãe”. E eu sabia que tinha dito isso a ela naquele sábado de manhã. Mas era tão pouco. E isso também me incomodava.

Acordei. E, apesar de ter acordado, aquela angústia veio comigo. Fiquei um tempo orando a Deus e perguntando o que significava esse sonho: devo me preparar para uma morte iminente ou é um aviso para aproveitar mais a vida com quem amo??
Esse sonho trouxe duas impressões: Urgência e Tempo acabando. São as palavras e seus conceitos que me veem à mente como letreiros de neon. Urgência de viver a vida e dizer às pessoas que amo o quanto elas são importantes para mim porque o tempo está acabando. A pergunta que fica é: o meu tempo está acabando ou de alguém que amo?

Não sei a resposta. O que sei é que a vida é efêmera e cheia de surpresas. Não dá para esperar pelo “depois”. Como sempre digo, o “depois” não existe. Sinto que esse sonho tem tudo o que importa para mim, minha família. Até minha avó estava nele! E ela partiu a vinte anos!

Sim, a Vida tem suas urgências e ela é curta aqui na terra. Mas a eternidade é para sempre. Acredito que devemos viver essa vida como bem está escrito no livro de Eclesiastes 5 e versículos 18 ao 20:
“Eis aqui o que eu vi, uma boa e bela coisa: comer, e beber, e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, em que trabalhou debaixo do sol, todos os dias da sua vida que Deus lhe deu; porque esta é a sua porção.”
Afinal, a Vida é como flor do campo, é efêmera.

Viva a Vida.
Graça e Paz de Cristo Jesus.

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